Desafios Climáticos da Copa do Mundo de 2026
A Copa do Mundo de 2026, que será realizada nos Estados Unidos, Canadá e México, enfrenta preocupações crescentes relacionadas ao clima. Com a previsão de temperaturas extremas e a possibilidade de incêndios florestais, especialistas alertam que a segurança de jogadores e torcedores pode estar em risco. O evento, que contará com 48 seleções e 104 partidas, está programado para ocorrer durante o verão, quando as temperaturas podem ultrapassar os 40°C em várias cidades anfitriãs.
Recentemente, os Estados Unidos vivenciaram um verão recorde de calor, com 96% da população sob alertas de calor extremo. Cidades como Phoenix e Houston registraram temperaturas alarmantes, levantando questões sobre a viabilidade de realizar jogos em condições tão adversas. Em 1994, durante a última Copa do Mundo nos EUA, já houve relatos de torcedores hospitalizados devido ao calor intenso, o que levanta preocupações sobre a repetição desse cenário.
Além do calor, a qualidade do ar também se tornou uma preocupação significativa. A temporada de incêndios florestais no Canadá, exacerbada por temperaturas acima da média, resultou em uma nuvem de fumaça que afetou a qualidade do ar em várias cidades dos EUA. Especialistas em saúde respiratória alertam que a exposição prolongada à fumaça pode ter consequências graves para a saúde, complicando ainda mais a logística do torneio.
Os cientistas do esporte estão pedindo que a FIFA considere a possibilidade de mudar a data do torneio para meses mais amenos, como abril ou setembro. Essa mudança poderia não apenas proteger a saúde dos atletas, mas também garantir uma experiência mais segura para os torcedores. A FIFA, no entanto, enfrenta desafios logísticos significativos, já que a mudança de datas exigiria ajustes em um calendário global complexo.
A FIFA já implementou algumas medidas para mitigar os riscos climáticos, como o monitoramento das temperaturas e a possibilidade de pausas para hidratação durante os jogos. Além disso, algumas arenas estão sendo projetadas com controle climático, mas isso não garante proteção total contra as condições extremas que podem ocorrer.
Críticos argumentam que a FIFA deve assumir uma postura mais proativa em relação às suas emissões de carbono, especialmente considerando que a Copa de 2026 pode se tornar o torneio mais poluente da história da FIFA. A organização já foi criticada por suas promessas de neutralidade de carbono em edições anteriores, que foram consideradas enganosas por ambientalistas.
Os jogadores também expressaram preocupações sobre as condições climáticas. A ex-jogadora inglesa Rachel Daly, que sofreu desidratação em um jogo em Houston, destacou a necessidade de a FIFA priorizar a saúde e segurança dos atletas. A experiência de jogadores em condições extremas no passado levanta questões sobre a adequação do calendário atual.
Por fim, a FIFA reconhece a gravidade da situação, mas enfatiza que a responsabilidade pela mudança climática vai além do futebol. A organização está comprometida em minimizar seu impacto ambiental, mas a solução para a crise climática requer ações mais amplas de governos e indústrias. A Copa do Mundo de 2026 será um teste não apenas para os atletas, mas também para a capacidade da FIFA de lidar com os desafios climáticos do futuro.